Por Flavio Mateos
Um dado a ter em conta é que
Hollywood ou a industria do cinema nasce antes de que nascera o cinema (o
cinema segundo o inventou D. W. Griffith e não segundo a invenção
técnico-mecânica de Edison e os Lumière).
Hollywood como lugar do
cinema nasceu à raiz da feroz briga entre o poderoso cartel comandado por
Edison no Leste, a Motion Pictures
Patents Company (M.P.P.C.), que agrupava a companhias como a Biograph, a Vitagraph, a Essanay
entre outras norte-americanas, mais as francesas Pathé e Mélies, grupo
este monopolista, e o grupo dos produtores autodenominados “independentes”,
quase todos empresários judeus que haviam ascendido vertiginosamente em seu
poder econômico em atividades alheias ao cinema e que agora viam um novo
negócio onde o lucro poderia ser exorbitante.
Uma guerra, então, entre
protestante norte-americanos ou WASP (o Trust Edison) e hábeis judeus em
ascensão (agrupados na Independent Motion
Pictures Distributing and Sales, IMP) foi a que decidiu a formação da “Meca
do cinema”. Para fugir destes processos constantes para dominar o crescente
mercado cinematográfico (ainda cinematográfico e não cinema), um adiantado, o
produtor William Selig, se mudou em 1907 a Los Angeles para filmar exteriores e
encontrar o lugar adequado para estabelecer-se. Outros produtores o imitaram e
chegaram até aquele subúrbio de Los Angeles chamado Hollywood, isto é, bosque
de azevinhos. Alguns associaram esta mudança com a anterior e lendária
conquista do distante Oeste, especialmente pelas disputas constantes e
violentas e os personagens peculiares que por ali circundavam.
Os primeiros produtores judeus se associaram na Independent Motion Pictures Distributing and Sales, IMP. Em 1912 se converteria na Universal. |
Se o leitor tem em mente que
o cinema – não como procedimento técnico-mecânico, se não como “linguagem” –
nasce a partir do gênio D. W. Griffith, que realiza seu primeiro curta no ano
de 1908, pode dizer-se então que Hollywood nasceu antes do cinema, tal como
hoje o conhecemos. Isto é, o cinema nasce como fábrica e indústria (com todas
as precariedades do caso) antes que como lugar ou taller de arte, pois este ainda estava por inventar-se. Foi graças
a Griffith e seus descobrimentos das possibilidades do novo meio que a
industria se assentou e aproveitou tais inovações porque, não se duvide que
Griffith, também, como acertou em dizer uma vez Faretta, veterano ator
partidário da causa sulista, desenvolveu a linguagem do cinema e influenciou
sobre todos os que se acercavam à esta nova expressão artística. Foi sem
dúvidas o inventor ou pelo menos o sistematizador de todos os recursos que
formaram a linguagem do novo meio que, desde então, se conhece como cinema.
O cinema norte-americano
nascerá destes pioneiros que construíram a maior e mais influente industria
cultural do mundo, de onde se albergaram os maiores talentos em matéria e desde
de onde também se difundiu um modo de ver a vida subordinado à corrente da
história da qual se movia.
Portanto, é de conhecimento
de todos que o cinema como industria foi obra dos judeus, eles mesmos se
encarregaram de recordar que é obra sua. Como e de que maneira articularam seu
poder e quê classe de visão do mundo teriam para oferecer, se é que pensaram
neste assunto na hora de produzir espetáculos para o mundo?
Devemos recordar, antes de
mais nada, qual era o país em que estes imigrantes foram acolhidos e
prosperaram, integrando-se sem dificuldades e tranquilamente.
Continua...
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