sexta-feira, 14 de junho de 2013

Entre cedros e ciprestes...


Na noite transfigurada só ficaram os cedros e os
ciprestes.
A lua surgiu, mas como, na lembrança, um rosto
antigo explende palidamente e depois
se apagou.
O vento veio, mas como um pássaro branco de
grandes asas fatigadas: esvoaçou, lento
entre as frondes, pousou no chão e
adormeceu.
Os outros seres perderam-se no caminho dos
milênios.
Ficaram apenas os cedros e os ciprestes e, na altura,
as estrelas.
E para além dos ciprestes e cedros há só deserto e
esquecimento.

Tasso da Silveira

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