A sua história parece ter saído de um livro ou de um filme de espionagem, mas é tudo verdade. Se trata da vida de Jorge Rinaldi. Comandante do partido comunista e campeão italiano de paraquedismo, preso em 1967 com sua mulher sob a acusação de ter trabalhado para a KGB na espionagem soviética, sobretudo na Espanha. Conta-se sua história no livro: Tainik: histórias vistas na espionagem soviética.
Foi verdadeiro espião? Um trapaceiro? Não se conhecerá nunca toda a verdade sobre Jorge Rinaldi, morto aos sessenta anos em Asti por um derrame cerebral. Nos anos 50, em plena guerra fria, assegurava-se que era um dos 007 mais fortes da espionagem soviética, o homem mais potente da KGB na Itália.
Mas a sua atividade de 20 anos ao serviço da URSS foi barrada pela polícia em março de 1967, na saída de um cinema em Turim, tinha em seu gabinete escondido o último envelope com as últimas micro-mensagens cifradas destinadas a chegar em Moscou, no palácio Lubianka, na praça Dzinskj, sede da KGB. Aquele envelope deveria ser aberto apenas por Yuri Andropov, o chefe da contra-espionagem que depois se tornaria o premier da União Soviética.
Jorge Rinaldi era uma personalidade, uma espécie de Mata Hari à italiana, comunista até o fundo, ex-comandante partidário da terceira brigada Karl Marx, conhecido sob as colinas de Asti como os Negros.
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Na reportagem do Jornal ABC espanhol de 1967 se diz: "A detenção de Jorge Rinaldi, sua esposa, Angela Maria Antoniola, e Armando Girard, acontecida na quarta-feira última, dia 15, e comunicada ontem à imprensa, permitiu fechar o círculo de uma paciente investigação iniciada há seis anos. Os três confessaram. Na casa de Rinaldi os agentes encontraram as direções de espiões que trabalharam para a URSS estabelecidos em diversos países.
"Rinaldi era o chefe da rede, cujo centro funcionava em Turim. Na casa do espião italiano se recebiam e transmitiam por rádio as instruções dos trabalhos e era também o local de recolhimento de microfilmes e distribuição dos filmes [fotográficos]. Jorge Rinaldi foi um "ás" do paraquedismo e conquistou o recorde italiano em 1963, lançando-se com um paraquedas especial desde 9 mil metros de altura."
"Rinaldi conta com trinta e oito anos, descende de uma família nobre e estudou na Academia Militar de Lecce, de onde foi expulso por indisciplina. Anos mais tarde se dedicou ao paraquedismo onde foi instrutor na Suiça e Itália."
Fontes: Quotidiano Piemontese, La Repubblica.it e ABC.es
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